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Quando a Conversa se Torna Caminho: O Diálogo como Porta para o Propósito

  • Foto do escritor: André Cally
    André Cally
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura

por André Cally



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Platão dizia que as almas se reconhecem pelo diálogo. Não pelo brilho das palavras, mas pela vibração silenciosa que nasce quando duas consciências se encontram em busca da verdade. O filósofo compreendia que o diálogo não é apenas troca de ideias — é um caminho de autoconhecimento. Quando conversamos de verdade, não estamos tentando convencer o outro, estamos tentando compreender a nós mesmos através dele.


Khalil Gibran, por sua vez, via na conversação uma forma de revelação espiritual. Ele dizia que há mais verdade em uma pausa sincera do que em um discurso cheio de certezas. Para ele, cada palavra proferida com amor é uma semente lançada no coração do outro — e é na escuta, não na fala, que o milagre do entendimento acontece.


Vivemos, porém, um tempo em que se fala muito e se escuta pouco. Conversas se tornaram disputas. As pausas, incômodos. O silêncio, uma ausência. Mas a alma tem saudade da conversa verdadeira — aquela que não busca vencer, mas se encontrar. Aquela em que dois seres se despem das máscaras e compartilham vulnerabilidades, sonhos, dúvidas e dores.


O propósito de vida começa exatamente aí: na escuta profunda. Propósito não é sobre o que você faz, mas sobre o sentido que você dá ao que faz. É sobre perceber-se parte de algo maior e compreender que cada ação — por menor que pareça — tem poder de transformar.

Conversar com o outro é, de certo modo, conversar com a própria existência. E quando essa conversa é verdadeira, nasce uma ponte: entre o eu que busca e o eu que habita em silêncio dentro de nós.


Gibran dizia que “a metade do que digo não tem sentido, mas digo para que a outra metade possa chegar até você.”E talvez seja isso o propósito maior das conversas: permitir que algo invisível circule entre as almas — algo que cura, que esclarece, que desperta.

Por isso, quando a vida te convidar a conversar, aceite.Converse com o outro, com o tempo, com o destino, com o silêncio.E descubra, como Platão e Gibran, que toda conversa sincera é um ato de amor e um passo a mais em direção ao seu propósito.

 
 
 

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